quinta-feira, 9 de junho de 2011

Sistema antimíssil recrudesce fricções entre OTAN e Rússia

Bruxelas, 9 jun (Prensa Latina) Critérios divergentes sobre a projetada instalação de um sistema antimíssil europeu recrusdecem hoje as fricções entre a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e Rússia.

O secretário geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen, esclareceu ontem que os países aliados não aceitarão compartilhar um sistema integrado único de defesa, como pretende o Governo de Moscou.

Rasmussen indicou que a Aliança só é responsável de proteger seu território e em troca, propôs criar "dois sistemas independentes" para trocar informação.

Fez questão de que o escudo antimíssil impulsionado pela OTAN não vai dirigido contra Rússia e confiou em que se possa atingir um acordo mútuo na cimeira de chefes de Estado e de Governo prevista para maio de 2012.

"A OTAN não está escutando a Rússia", advertiu o ministro de Defesa russo, Anatoly Serdyukov, que criticou a proposta aliada por considerar que "poderia diminuir o potencial estratégico" de seu país.

Serdyukov, convidado a uma reunião dos ministros de Defesa da OTAN, considerou na quarta-feira que não existem garantias de que os aliados tentem em algum momento interceptar mísseis balísticos russos.

O presidente russo, Dmitri Medvedev, defendeu há um mês a criação conjunta de um sistema antimíssil europeu e esclareceu que em caso contrário, Rússia teria que dar um salto qualitativo de seus complexos ofensivos.

Medvedev pediu transparência no processo de formação do sistema da OTAN, dirigido em princípio contra Teerã e Pyongyang, e urgiu a essa organização a definir se em algum momento o dirigirá também contra Rússia.

O governante alertou que tal possibilidade significará um regresso à época da Guerra Fria.

mv/ls/bj

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